No ano longínquo de 1951, precisamente à 58 anos , foi inaugurada a que seria a maior barragem hidroeléctrica do País nas cinco décadas seguintes, a Barragem do Castelo do Bode. A cerimónia contou com a presença das duas figuras mais gradas da política nacional da época, o Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, e o Presidente da República, Marechal Carmona. A Barragem que teve o início da sua construção em 1946, acabaria por ficar na história por diversas razões.O dia da sua inauguração, ficou marcado pela chegada da energia hídrica a Lisboa gerada nesta central hidroeléctrica, terminando assim praticamente com a energia térmica gerada na Central Tejo, acabando com uma média anual de 250 toneladas de carvão.
Um pouco antes, ficou para a história o camião gigante, mediático na época, tanto como notícia, como motivo de comédia de várias revistas do género. Este camião, carregado com a roda polar do primeiro grupo gerador, com 70 toneladas de peso e 9 metros de diâmetro, na sua primeira viagem entre Lisboa e Castelo do Bode demorou cerca de um mês e à sua passagem gerava-se por vezes aglomerações.
Também devido à construção da Barragem do Castelo do Bode uma parte significativa do concelho de Vila de Rei foi submersa. Situavam-se nessa área as melhores terras de cultivo do concelho e oito das suas povoações (Foz da Ribeira, Cunqueiro, Foz do Codes, Casal da Barca, Hortas, Foz da Ribeira das Trutas e Foz da Isna). Na zona de Tomar e Abrantes, contactando alguns populares, apenas referiram a submersão de alguns terrenos de cultivo.
Actualmente a Central Hidroeléctrica do Castelo do Bode, está inserida no Centro de Produção Tejo-Mondego, sendo a sua sede no Castelo do Bode, englobando 36 centrais, com mais de 130 grupos geradores. Todas estas centrais são operadas à distância pelo CTCH ( Centro de Telecomando das Centrais Hidroeléctricas), localizado em Bagaúste, Régua.
Para a segurança destas barragens, existem cerca de 14.000 aparelhos.
A Central Hidroeléctrica do Castelo do Bode tem um sistema chamado "Black Start", em que a sua função serve, no caso de apagão geral, reiniciar outras centrais hidroeléctricas.
A Barragem do Castelo do Bode, é ainda nos dias de hoje, umas das barragens do país mais visitadas, também devido à albufeira do Castelo do Bode que ocupa uma área com cerca de 3300 ha, uma extensão máxima de 60 km e tem uma capacidade total de armazenamento de cerca de 1100 hm3, é actualmente o maior reservatório nacional de água, onde se localiza a maior captação de água para consumo humano, servindo mais de 2 milhões de habitantes da área da Grande Lisboa e dos municípios limítrofes, o que representa cerca de um quinto da população nacional, estando previsto o aumento da população a ser abastecida a partir desta albufeira.
Agradecimentos:Engº Carlos Rosário, Director Centro Produção Tejo-Mondego
Sr. Castro, Centro Produção Tejo-Mondego
Ecomuseu de Belmonte
David Caetano, Fundão
Olá Luís:
ResponderEliminarBelas fotos.
Conheci isto, quando ainda não havia barragem. Vi passar o camião gigante, que carregava a turbina.
Hoje, olhando as fotos, acho que o camião não era tão gigante, como me pareceu na altura, aos ombros do meu pai. Mas não admira, a gente vê as coisas maiores ou menores, conforme o nosso tamanho. Nessa altura, a Corredora, parecia-me enorme e larga.
Beijo
Maria
Excelente artigo Luís! Aprendi factos que desconhecia sobre a Barragem e fiquei novamente com vontade de a visitar (já lá vão uns anitos) Isso é que foi investigação e fico feliz por poder ter sido útil. :) Ultimamente ando um bocado apertado de tempo mas assim que puder vou referir este artigo no Blog do Katano (tenho andado a debitar artigos agendados).
ResponderEliminarAquele abraço!
É verdade Maria. Eu por exemplo, em relação ao Carnaval de Tomar, que durante muitos anos não existiu, lembro-me em miúdo de ser uma grande festa em Tomar e que eu adorava, actualmente, todos acharam que o ano passado foi um sucesso, o que concordo em relação ao número de pessoas que vieram para a rua assistir, mas o Cortejo, esse para mim deixou muito a desejar. Lá está, começamos a ver as coisas de outra forma.
ResponderEliminarBeijinhos Maria!
Obrigado Caetano!
Sim de facto pesquisei bastante, soube muitas outras coisas, relacionado com as centrais hidroeléctricas, que irei publicar mais à frente.
Estava com dúvidas de que não iria ser recebido na Central do Castelo do Bode, mas enganei-me redondamente. Fui excelentemente recebido pelo Director máximo do Centro, o qual me deu uma explicação pormenorizada do funcionamento e de tudo relativo às ditas centrais.
Fiquei com a melhor impressão daquela instituição.
Um grande abraço!
Estou interessado em saber,se o camião gigante,se encontra em algum museu ou simplesmente não existe.Agradeço informação.
ResponderEliminarEu tenho um familiar,que trabalhou na barragem e conheceu o camião gigante,esteve em Moçambique até 1976,vioven em Braga, e gostava de saber do paradeiro do camião gigante,Agredeço resposta.
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