Quem passa no local não fica indiferente à mudança! O troço do IC3, entre o Moinho Novo (ou seja, a rotunda do restaurante Manjar dos Templários) e a saída para a A23, está a ser transformado, nestas últimas horas, na A13, uma alteração que apanha de surpresa toda a população. Cai, assim, por terra o principal argumento dos contestatários à introdução de portagens no Itinerário Complementar, que reclamavam pelo facto da via não ter perfil de auto-estrada. Mas eis que o Governo tira este coelho da cartola, sem que a própria Câmara Municipal, por alguma vez, tenha dado conta de semelhante informação. E isto acontece quando a Assembleia Municipal é presidida por Miguel Relvas, conhecido como o número dois do Primeiro-Ministro.
Esta mudança não deixa de ter contornos bizarros uma vez que, agora, o concelho de Tomar irá ter uma auto-estrada, com um troço aproximado de cinco quilómetros e onde haverá lugar a cinco portagens. Pelo menos, pelo que se julga. Este troço da A13 fica pendurado já que a via em causa termina em Almeirim, ainda que está previsto que se prolongue por Chamusca e Golegã até chegar ao Entroncamento. Mas, até que isso não aconteça, teremos a A13 a ligar a auto-estrada do Norte (A1), em Santarém, e a auto-estrada do Sul (A2), na Marateca. A Ascendi, promotora da obra no agora antigo troço do IC3, já mudou alguma sinalização referente para a A13 mas, na verdade, ainda faltam ligeiras modificações, como o limite de velocidade (ainda está nos 100 quilómetros). Este assunto já foi tema de análise no «Destaques do Concelho» desta quarta-feira, onde Augusto Lopes, presidente da Junta de Freguesia da Asseiceira, disse ter sido apanhado de surpresa com a notícia da Hertz. Ainda assim, reagiu com um misto de bom humor e de provocação: «É uma novidade que estou a ouvir agora... Mas, por um lado, fico contente. Já era uma certeza termos portagens, fosse IC3 ou A13, mas pode ser que esta mudança seja incluída no Livro Verde... Ou seja, uma freguesia que tenha auto-estrada deverá ficar livre da extinção». António Cruz, membro da Assembleia Municipal de Tomar, reagiu, também, com humor a esta alteração, classificando-a como um «fenómeno»: «Esta mudança deverá ter nascido pela proximidade do concelho do Entroncamento e pelos fenómenos que por lá surgem... Julgo que os fenómenos passaram para Tomar. O concelho passou a ter uma auto-estrada que tem três quilómetros, que é das mais pequenas do país e ainda tem quatro ou cinco portagens...». Luís Ferreira, vereador do Partido Socialista e também comentador do «Destaques do Concelho» criticou a decisão e diz não fazer qualquer sentido: «Isto é mais uma decisão disparatada... Seis quilómetros de A13 penduradas no meio do IC3, quer dizer... Isto não faz qualquer sentido».
Texto e imagem: Rádio Hertz
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