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Na sala do refeitório, ampla sala abobadada, com dois magníficos pulpitos, acha-se em organização um museu regional, já bastante rico na parte arqueológica. A colecção de estelas sepulcrais é das mais completas dos nossos museus. As passagens do claustro de D. João III para o refeitório, casa do Capítulo e primitiva portaria, são trabalhos de escultura da mais bela concepção. Ali se vêm, como valiosa documentação histórica, os bustos de d. João III, de D. Catarina e de D. António de Lisboa, reformador da Ordem de Cristo no tempo daquele rei.
Uma fonte monumental completa a grandiosidade da fábrica.
O claustro de Santa Bárbara compreende a face poente do coro e é portanto da sua galeria superior que se vê melhor a surpreendente janela do mesmo coro, sem dúvida o mais completo exemplar do estilo manuelino que tanto entusiasmo produz a quem o contempla.
Ramalho Ortigão, descrevendo-a, fez uma bela página e não seremos nós que vamos descrever o que o lápis do insigne Castilho delineou. Pode a fotografia dar-nos a exactidão de desenho, mas nem ao menos essa nos pode dar a impressão que se sente ao contemplar aquela obra prima dum grande génio. Veja-a todo o português que ama a sua pátria.
Do claustro de Santa Bárbara passa-se ao da Hospedaria e ao a Mixa, obras também de João de Castilho.
Nas suas elegantes construções e várias ornamentações deixou o grande arquitecto soberbos vestígios do seu luminoso talento.
Davam estes claustros, como os das "Sentinas" serventia às varias dependências do grande convento que foi um dos maiores de Portugal em área e riqueza.
Do claustro da Mixa sobe-se um portão para o exterior do convento que tem a qui a sua fachada norte e onde se abre o Portão Real que era a portaria do edifício e que conduzia por uma ampla escadaria à Sala dos Reis e corredores do "Cruzeiro".
Esta entrada do Convento, já de construção filipina, está longe de corresponder à majestade de tamanha fábrica.
Os corredores do "Cruzeiro", dão serventia a numerosas celas, de um e de outro lado, constituindo o vasto dormitório do convento, obra de D. João III que tanto o honra.
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