Alcanena concorreu às "7 Maravilhas da Gastronomia" com 4 pratos distintos. Dois de peixe, um de carne e um de doces.
Na categoria "peixe" concorreu com Massa de Bacalhau e Migas de Bacalhau. No primeiro trata-se de um prato que tem origem numa zona muito pobre a zona serrana do Ribatejo em que as pessoas tinham muita dificuldade e viviam para o trabalho e comer o que aparecesse. De vez em quando lá aparecia o bacalhau, sobretudo à 6ª feira pois eram pessoas muito religiosas e não comiam carne neste dia da semana; o peixe, que vinha da praia da Nazaré, nem sempre havia devido à distância das praias. Uma vez que as famílias eram na sua maioria numerosas e pobres, uma posta de bacalhau teria de dar para 4 pessoas, sendo utilizado o bacalhau com postas mais baixas pois também era o mais barato. Usava-se a massa de meada (massa tipo esparguete) que não ficava cara com batatas e por vezes ovo escalfado. O prato data de acerca 70 anos ou mais. Este prato, como dito anteriormente, era sobretudo confeccionado à sexta-feira, independentemente se era sexta-feira de quaresma ou não. Como obra de referência existe o livro “Sabores da nossa Infância” , e existem registos etnográficos do Rancho Folclórico do Covão do Coelho. Ingredientes: Bacalhau, massa de meada, azeite, cebola, alho, louro, colorau ou tomate, água e por vezes ovo. Nos tempos mais antigos eram utilizados as panelas de ferro, no entanto acerca de 60 anos, o prato passou a ser cozinhado em panelas de alumínio ou esmalte, em qualquer um dos casos o prato era cozinhado na lareira.
No segundo prato de peixe, prato tem origem numa zona pobre, a zona serrana do Ribatejo, em que as pessoas tinham muita dificuldade e viviam para o trabalho e comer o que aparecesse. Como o peixe era escasso devido à distância da zona litoral, o que mais abundava era o bacalhau. Este prato vem de geração em geração A história deste prato vem de geração em geração, nomeadamente da geração dos agricultores, em que pelas 5 da manhã as mulheres preparavam este prato, que posteriormente era embrulhado em serapilheira e ao meio dia era degustado pelo rancho da apanha da azeitona. Ingredientes: Bacalhau, batatas, azeite, alho, louro, ovos, coentros, broa de milho Nos tempos mais antigos eram utilizados as panelas de ferro, no entanto à uns anos a esta parte o prato passou a ser cozinhado em tacho de barro, com excepção da cozedura das batatas e do bacalhau que é feita em panela de alumínio e depois envolto nos restantes ingredientes.
O prato em que concorre à categoria "carne" são as favas guisadas com carne de porco. A importância histórica deste prato, está relacionada com o cultivo de favas e sobretudo com a criação e matança de porcos. A matança do porco constituía um momento alto na região- era motivo de festa e reunião de familiares e amigos. O período da matança começava pouco antes do Natal e prolongava-se por todo o mês de Janeiro. O dia da matança era fixado com antecedência. A matança realizava-se na rua ou nos quintais, pelo método da faca directa ao coração, obtendo-se assim maior quantidade de sangue para os enchidos e menor sofrimento para o animal. O sangue era recolhido num recipiente e posteriormente, após a limpeza da
carne procedia-se à desmancha de acordo com o saber transmitido pelos mais velhos.
Separavam-se as carnes pelos alguidares, para as morcelas, os chouriços, as farinheiras e os negritos. A restante carne era guardada na salgadeira. Este prato e sobretudo a criação e matança do porco, era de extrema importância para a subsistência das famílias ao longo de todo o ano, pois a carne que provinha desta tradição era consumida pela família durante todo o ano. Por volta do dia 8 de Dezembro eram semeadas as favas, em que ainda hoje se segue o provérbio “Pela Senhora da Conceição favas ao chão”. Estas eram colhidas em meados de Abril e Maio. Era nessa altura que o prato de favas com carne de porco era mais confeccionado, pois não era necessário comprar nada para a sua confecção, tudo provinha do trabalho das famílias. Este prato deverá ter mais de 80 anos. Como obras de referência tem-se as recolhas etnográficas do Rancho Folclórico do Covão do Coelho e o livro “Sabores da nossa Infância”, da comissão de festas dos 50 anos do ano de 2002. O Prato era consumido em meados de Abril, Maio e Junho. Ingredientes usados nas favas eram: as favas descascadas, cebola, dentes de alho ou ramo de alho fresco, azeite, negrito, chouriço, um ramo de cheiros de salsa e hortelã, colorau, sal, toucinho de entremeada e carne de porco. Os recipientes
utilizados para a confecção deste prato eram sobretudo de barro. A fonte de calor provinha da lareira.
Por fim, a categoria "doces" em que participa com as Rocas. Nos tempos antigos, os doces e bolos não apareciam nas mesas com a frequência como nos dias de hoje. Assinalavam, sobretudo, épocas festivas ou dias especiais como os " Santos ", o Natal, os casamentos e baptizados. Nos casamentos era hábito os pais dos noivos providenciarem, com dois ou três dias de antecedência, a confecção rocas. Na véspera do casamento, os noivos distribuíam um prato de arroz-doce e outro de rocas aos convidados, sendo os padrinhos contemplados com uma travessa de arroz-doce e um tabuleiro com uma torta e rocas. Semelhante uso seguiam os pais na véspera do baptizado dos seus filhos. No dia do baptizado davam igualmente um prato de arroz-doce e de rocas a quem tivesse oferecido uma prenda à criança. Actualmente, algumas pessoas ainda seguem esta tradição. Este prato não era confeccionado com frequência pois era muito dispendioso, para as famílias, e também trabalhoso. Este prato terá provavelmente mais de 100 anos. Como obras de referência tem-se as recolhas etnográficas do Rancho Folclórico do Covão do Coelho e o livro “Sabores da nossa Infância”, da comissão de festas dos 50 anos do ano de 2002. O Prato era consumido em alturas de festividades, como casamentos, baptizados, Natal e dias de festa a honra da padroeira. Ingredientes usados nas rocas eram: farinha, ovos, aguardente, azeite, manteiga, açúcar, laranjas, sal e água. As rocas eram amaçadas em alguidares de barro, a massa formada é posteriormente batida numa mesa em cima de uma toalha branca polvilhada de farinha, como que se de uma peça de roupa se tivesse a lavar. Hoje trabalha-se a massa em pedra mármore. A massa é estendida finamente, com rolo de massa, e cortada com uma recortilha. Vai a fritar em azeite quente até ficar estaladiça, polvilhando-se no final com açúcar.
O prato em que concorre à categoria "carne" são as favas guisadas com carne de porco. A importância histórica deste prato, está relacionada com o cultivo de favas e sobretudo com a criação e matança de porcos. A matança do porco constituía um momento alto na região- era motivo de festa e reunião de familiares e amigos. O período da matança começava pouco antes do Natal e prolongava-se por todo o mês de Janeiro. O dia da matança era fixado com antecedência. A matança realizava-se na rua ou nos quintais, pelo método da faca directa ao coração, obtendo-se assim maior quantidade de sangue para os enchidos e menor sofrimento para o animal. O sangue era recolhido num recipiente e posteriormente, após a limpeza da
carne procedia-se à desmancha de acordo com o saber transmitido pelos mais velhos.
Separavam-se as carnes pelos alguidares, para as morcelas, os chouriços, as farinheiras e os negritos. A restante carne era guardada na salgadeira. Este prato e sobretudo a criação e matança do porco, era de extrema importância para a subsistência das famílias ao longo de todo o ano, pois a carne que provinha desta tradição era consumida pela família durante todo o ano. Por volta do dia 8 de Dezembro eram semeadas as favas, em que ainda hoje se segue o provérbio “Pela Senhora da Conceição favas ao chão”. Estas eram colhidas em meados de Abril e Maio. Era nessa altura que o prato de favas com carne de porco era mais confeccionado, pois não era necessário comprar nada para a sua confecção, tudo provinha do trabalho das famílias. Este prato deverá ter mais de 80 anos. Como obras de referência tem-se as recolhas etnográficas do Rancho Folclórico do Covão do Coelho e o livro “Sabores da nossa Infância”, da comissão de festas dos 50 anos do ano de 2002. O Prato era consumido em meados de Abril, Maio e Junho. Ingredientes usados nas favas eram: as favas descascadas, cebola, dentes de alho ou ramo de alho fresco, azeite, negrito, chouriço, um ramo de cheiros de salsa e hortelã, colorau, sal, toucinho de entremeada e carne de porco. Os recipientes
utilizados para a confecção deste prato eram sobretudo de barro. A fonte de calor provinha da lareira.
Por fim, a categoria "doces" em que participa com as Rocas. Nos tempos antigos, os doces e bolos não apareciam nas mesas com a frequência como nos dias de hoje. Assinalavam, sobretudo, épocas festivas ou dias especiais como os " Santos ", o Natal, os casamentos e baptizados. Nos casamentos era hábito os pais dos noivos providenciarem, com dois ou três dias de antecedência, a confecção rocas. Na véspera do casamento, os noivos distribuíam um prato de arroz-doce e outro de rocas aos convidados, sendo os padrinhos contemplados com uma travessa de arroz-doce e um tabuleiro com uma torta e rocas. Semelhante uso seguiam os pais na véspera do baptizado dos seus filhos. No dia do baptizado davam igualmente um prato de arroz-doce e de rocas a quem tivesse oferecido uma prenda à criança. Actualmente, algumas pessoas ainda seguem esta tradição. Este prato não era confeccionado com frequência pois era muito dispendioso, para as famílias, e também trabalhoso. Este prato terá provavelmente mais de 100 anos. Como obras de referência tem-se as recolhas etnográficas do Rancho Folclórico do Covão do Coelho e o livro “Sabores da nossa Infância”, da comissão de festas dos 50 anos do ano de 2002. O Prato era consumido em alturas de festividades, como casamentos, baptizados, Natal e dias de festa a honra da padroeira. Ingredientes usados nas rocas eram: farinha, ovos, aguardente, azeite, manteiga, açúcar, laranjas, sal e água. As rocas eram amaçadas em alguidares de barro, a massa formada é posteriormente batida numa mesa em cima de uma toalha branca polvilhada de farinha, como que se de uma peça de roupa se tivesse a lavar. Hoje trabalha-se a massa em pedra mármore. A massa é estendida finamente, com rolo de massa, e cortada com uma recortilha. Vai a fritar em azeite quente até ficar estaladiça, polvilhando-se no final com açúcar.
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