Pouco se ouve falar em jogos Tradicionais e Populares, estes que se encontram ligados à natureza, ao lazer e ao clima eufórico do convívio. E nesse espaço essencial de encontro, de cada um com o Mundo e com o Outro, que eles se têm desenvolvido, correspondendo aos desejos de convivência e de comunicação, que a vida cinzenta do quotidiano raramente permite. Eles são, por isso, fonte de alegria e prazer, pretexto ingénuo para exibição de perícias e para uma competição empenhada, mas leal. É assim, que os Jogos Tradicionais e Populares, se integram nas raízes culturais dos Povos, constituindo um dos seus traços distintivos, transmitidos às gerações vindouras, como uma manifestação viva de tradições longínquas. O seu perfil contribui para a compreensão do perfil colectivo do corpo social e assumem-se, deste modo, como valor inestimável do património cultural de cada povo. Importa, por isso, que se respeitem na sua essência e se preservem na sua índole, porque, em certa medida, eles fazem parte integrante da nossa própria entidade.
Quanto à origem do jogo da Malha ou Chinquilho, existem muitas dúvidas, embora se diga que este jogo é de origem portuguesa, designadamente Ribatejana. Em França e Itália também se joga este jogo. Fala-se no jogo de malha, em 1490, mas a prova de sua existência vem de um documento francês de 1644.
Em Portugal, este desporto e o arremesso de ferraduras, sempre foi muito popular, com os nomes de chinquilho ou jogo do fito.
Em Tomar, os Jogos Tradicionais, incluídos na Festa dos Tabuleiros, inspiração que vem de tempos recuados devido a ser o grande acontecimento que atraía a Tomar a população das redondezas, estiveram um pouco adormecidos, mas actualmente têm vindo a conquistar cada vez mais adeptos de todas as idades. Tenho constatado que em inúmeras associações do concelho se pratica o Chinquilho, atraindo muita população.
Uma Associação bem perto de Tomar, o Centro Recreativo e Cultural do Casal da Azinheira, é um dos locais onde aos fins-de-semana mais praticantes de Chinquilho atrai, vindos de várias freguesias do concelho e até de freguesias de concelhos vizinhos, onde várias gerações dos 8 aos 80 convivem, lançando a malha na tentativa de derrubar o pau encimado de um tabuleiro em madeira a uma distância de 11 metros.
Agora pergunto, uma actividade como o Chinquilho e mesmo todos os outros jogos tradicionais praticados por este concelho fora, não deveria ter um simbólico apoio da autarquia? Não me refiro a apoios monetários, mas sim de infraestruturas que pelo concelho estão abandono e que poderiam ser cedidas para a sede e prática destes jogos que são a cultura de todos nós.
Tomar precisa de acordar e não deixar morrer os seus valores, as suas tradições como tem vindo a fazer. Tem destruído património e cultura em virtude de valorizar algo tão importante para a região.
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