Vila Nova da Barquinha vai concorrer ao evento gastronómico "7 Maravilhas da Gastronomia", que está já em fase de candidaturas, onde de 7 de Maio a 7 de Setembro as 21 finalistas irão a votação.
Vila Nova da Barquinha candidatou-se em duas categorias "Doces" e "Sopas".
Na categoria "Doces" será representado o famoso "Pirilau do Frade Ambrósio", doce de tradição conventual, do século XVII, oriundo do antigo convento do Loreto, sito junto do Castelo de Almourol, muito procurado pelos turistas e pela população residente.
Pela sua raridade, particularidade e designação apresenta excelente viabilidade económica pelo que serve, frequentemente, de oferenda. É muito procurado pelos turistas. A fabricação deste produto de pastelaria gera actividade económica sendo um produto turístico local a preservar. Este produto, ao que se tem conhecimento, é preparado e confeccionado, exclusivamente, nesta Vila.
No Século XVII, os frades do Convento do Loreto dedicavam-se à agricultura e, obviamente, à doçaria. Este doce, apesar de algumas dificuldades conseguiu chegar aos nossos dias.
Os Pirilaus do Frade Ambrósio, segundo a lenda, é uma homenagem às gentes do Tejo. Foi o primeiro bolo a fazer-se no Convento do Loreto, à data com nome do “barquinho”. Também, segundo a lenda, nas suas regulares visitas ao Convento de Odivelas, não se esquecia o Frade Ambrósio de levar um bolinho para cada residente. Quando transpunha o portal de cerca do Convento e a sineta anunciava a chegada do Frade, logo aumentava a ansiedade. Como o bolo se apresentava de uma forma cilíndrica, as Freiras não tardaram a chamar-lhe o Pirilau do Frade Ambrósio, nome que se perpetuou no tempo. Foi referência, por exemplo, no Jornal Público, fls 50, local, Domingo, 17 de Fevereiro de 2002, no Jornal de Notícias, fls 32, pa´s, Quarta-feira 13 de Março de 2002. É mencionado em trabalhos do Instituto Politécnico de Tomar.
A receita foi sempre um segredo bem guardado. Os ingredientes usados são diversos mas, essencialmente, farinha, açúcar, ovos, leite, mel, pinhões, amêndoas, vinho, canela, erva doce, banha de porco, etc.
A preparação da massa e do recheio demora mais de uma hora. A massa forma pequenos cilindros que depois são pincelados com ovo e vão ao forno a cozer pouco mais de 10 minutos.
Na categoria "Sopas" entrará a "Sopa de Peixe do Rio", sendo este prato é um dos cartões de visita do Concelho de Vila Nova da Barquinha, terra ribatejana pertence ao Distrito de Santarém, cujo território se caracteriza essencialmente pela presença de diversos cursos de água - Nabão, Zêzere e Tejo - que o enquadram e o delimitam. É o seu carácter ribeirinho que diferencia este concelho, uma vez que, das suas cinco freguesias, três têm a sua sede junto ao Tejo - Vila Nova da Barquinha, Tancos e Praia do Ribatejo.
Vila Nova da Barquinha constitui mais um local de excelentes ligações com o Rio, pois inicialmente o aglomerado surgiu próximo de um local onde uma Barca efectuava a travessia para a outra margem.
Assim não constitui dúvida que a economia deste Concelho foi marcada desde sempre pelo tráfego fluvial não se tornando estranho que a cozinha seja dominada pelo rio, encontrando-se nele a principal fonte de sabores da gastronomia típica da região.
As caldeiradas, a sopa de peixe do rio, os barbos de molhata, a fataça na telha, a açorda de sável, e as enguias, são paladares inesquecíveis.
Trata-se de prato único na gastronomia portuguesa é resultante de um vasto conhecimento gastronómico que remonta aos princípios da constituição da nacionalidade.
É confeccionado com peixes do rio Tejo, e consumido todo o ano.
Os seus ingredientes são: Fataça, Barbo, Enguia, Carpa, Tomate, Cebola, Alho, Louro, Agua, Pão Torrado, Coentros, Sal, Azeite.
Informação cedida gentilmente por Fernando Freire
Organismo responsável pela candidatura: ADIRN - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toda a informação aqui!