segunda-feira, 23 de junho de 2008

CARTA BREVE A MEU AVÔ

Alentejano meio rural, meio urbano tu eras e isso era bem visível nalguns aspectos em ti. A tua pronúncia, a tua serenidade e até mesmo nas vestes. Mas eras um Homem honesto, trabalhador, lutador e com grande coração. Eras tu o líder familiar, a referência de todos nós.
Ainda recordo com imensa saudade o enorme prazer que eu tinha em poder-te acompanhar nas viagens que fazias, nos trabalhos que executavas e até mesmo aquelas idas às tabernas tradicionais em que tomavas a tua taça de vinho tinto e eu uma de sumo.
A tua presença, a tua maneira de ser e a tua capacidade de ver o futuro sempre com entusiasmo e positivismo contagiava-me e motivava-me para enfrentar a vida de uma forma saudável, realista, com segurança e acima de tudo que poderia alcançar todos os meus sonhos.
Era eu uma pequena e ingénua criança de apenas 11 anos e tu sabia-lo perfeitamente, mesmo assim deixaste-me. Partiste, ficando eu meio perdido no mundo e um pouco desamparado.
Há medida que o tempo foi passando eu fui crescendo e fui-me apercebendo da razão da tua existência e da tua importância na minha vida.
O que sou hoje, muito o devo a ti, ao teu jeito de ser.
Nunca tive a oportunidade de to dizer mas penso que sabias o quanto eras importante para mim, por isso hoje te escrevo esta carta a agradecer.
Avô, muito obrigado pela tua tua existência e por tudo o que me ensinaste!
Estarás sempre presente em toda a minha vida. Adoro-te!

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